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Fajã dos Padres

Um paraíso moldado pelos jesuítas

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Antes da viagem ao que muitos descrevem ser um paraíso, vamos dissecar um termo fundamental: fajã. A palavra designa um terreno plano, em geral cultivável, de pequena extensão, situado à beira-mar, formado por materiais desprendidos das arribas. É exatamente um lugar assim que estamos prestes a conhecer. A Fajã dos Padres é uma língua de terreno fértil entre o mar e escarpas íngremes, no sopé do Cabo Girão, freguesia do Campanário, local que possui uma frente de praia de calhau rolado em toda a sua extensão. Para lá chegar, só de teleférico ou de barco. Mas antes ainda falta saber o porquê de ser ‘dos padres’. É que, efetivamente, até à expulsão dos jesuítas de Portugal, aquela fajã era habitada por eles. Habitada e cultivada, quase desde o início do povoamento da Madeira. Ou seja, a existência da Fajã dos Padres acompanha a história da própria ilha, desde o século XV, o que pode ser comprovado pelos inúmeros registos e referências dos proprietários às colheitas agrícolas ali produzidas e também aos seus habitantes, que chegaram a ser cerca de 50, maioritariamente pertencentes à Companhia de Jesus, distribuídos por dez casas. Mas ao que parece, além do amanho das terras, a Fajã dos Padres terá servido também como local de veraneio para os religiosos. Hoje, quem visitar este pequeno paraíso percebe rapidamente porquê. Os marcos deixados pelos jesuítas neste pedaço de terra tão isolado são muitos. Destaca-se um: foi graças a esta ordem religiosa que foi introduzido na ilha o vinho Malvasia, cuja reputação ultrapassou as fronteiras de Portugal e chegou a Inglaterra, aos Estados Unidos e à Rússia. 

Foi graças a esta ordem religiosa que foi introduzido na ilha o vinho malvasia, cuja reputação ultrapassou as fronteiras de Portugal.

Como ainda há pouco dizíamos, a Fajã dos Padres só é acessível por barco ou por teleférico, que sobe e desce diariamente uma falésia de quase 250 metros de altura. 
Constituindo este rochedo uma enorme barreira a norte, a fajã abre-se para sul com peculiares características morfológicas que fazem com que o seu clima se distinga do das regiões circundantes. Sendo uma propriedade agrícola por excelência, permite assim o desenvolvimento de culturas exóticas. A transparência das águas e a variedade de espécies junto à costa convidam ainda à prática de mergulho e da pesca. Além disso, hoje é possível reviver um pouco da herança do passado da Fajã que, desde 1921, está entregue à gestão privada de uma família, visitando e pernoitando nas pequenas casas recuperadas, provando o vinho Malvasia, na antiga adega, ou percorrendo os antigos caminhos de pedra entre os poisos de cultivo biológicos.
Filomena Abreu
T. Filomena Abreu
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