VillaseGolfe
Carlos Leal

Carlos Leal

Entrevista Anterior
Canip Oezkul

Canip Oezkul

Próxima Entrevista

Cláudia Costa Santos

Presidente do Conselho Diretivo Regional Norte da Ordem dos Arquitetos

Assumiu em 2017 o segundo mandato de presidente do Conselho Diretivo Regional Norte da Ordem dos Arquitetos. Tem acompanhado um período de grandes mudanças na vida profissional dos seus associados, desde a crise nos anos de intervenção da Troika ao recente despertar da reabilitação urbana, o que vai implicando questões e dinâmicas diferentes. Isto numa altura em que a vertente cultural da arquitetura continua a crescer, não faltando eventos que a celebram e prémios que ao valorizam a nível nacional e internacional. Mas acredita que há retrocessos na afirmação da profissão no nosso país.  

Cláudia Costa Santos
Quais são as principais linhas de atuação e objetivos do mandato que assumiu?
Enriquecer e alargar o trabalho iniciado no mandato anterior. Uma Ordem mais justa, solidária, coesa, integrada, apostando na consolidação de três eixos: entre os arquitetos e uma Ordem mais dialogante; entre os arquitetos e a sociedade; e entre os arquitetos e a arquitetura como atividade económica a promover e cuidar.

A Secção Regional Norte abriu recentemente uma nova sede com diversas valências. As possibilidades deste edifício já estão a ser devidamente aproveitadas?
O novo edifício é um exemplo das melhores práticas na conservação, reabilitação e restauro. Uma marca física importante que se afirma como um espaço de confluência para os arquitetos, para a sociedade e para as empresas, e um local privilegiado de formação e debate das questões da profissão.
«O retrato da arquitetura portuguesa é, na sua generalidade, de grande qualidade»
Têm surgido cada vez mais eventos e exposições dedicados à arquitetura. Pode-se falar de uma dimensão cultural e lúdica desta disciplina?
A arquitetura é uma das poucas atividades económicas que tem uma dimensão cultural relevante associada, o que sublinha o valor acrescido que aporta à sociedade e ao país. Apesar de haver quem confunda essa dimensão cultural com exclusividade e elitismo no recurso aos arquitetos, a arquitetura só atingirá todo o seu potencial de benefício se acessível a todos.

É contra o recente decreto que permite a alguns engenheiros assinarem projetos de arquitetura. Quais os danos que lhe aponta?
Assistir-se-á à degradação e ao descomprometimento ético das intervenções no território no que concerne à qualidade e à segurança das pessoas e das edificações. Aliás, é recente o conhecimento que temos das consequências dessas práticas, assim como os seus efeitos irreparáveis no território. Perante os desafios que se apresentam ao país, este ‘cheque em branco’ é incompreensível por parte da classe política, que, por vezes, parece legislar para satisfazer grupos de pressão.

Os prémios mundiais ganhos por alguns arquitetos portugueses são reflexo de um país com uma arquitetura acima da média ou esses premiados são, de facto, uma exceção?
O retrato da arquitetura portuguesa é, na sua generalidade, de grande qualidade. Prova disso é o seu imenso reconhecimento internacional. Infelizmente, não é tão reconhecida no nosso país. É aclamada internamente, mas mais como chavão para promover a cultura e o turismo, em vez de instrumento quotidiano de transformação e desenvolvimento.

T. Sérgio Gomes da Costa
F. Pedro Kirilos
Política de Cookies

Este site utiliza Cookies. Ao navegar, está a consentir o seu uso. Saiba mais

Compreendi