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Domingos de Andrade

Diretor-executivo do Jornal de Notícias

Dirige, a partir do Norte, um jornal diário para todo o país. Domingos de Andrade, voz ativa na defesa dos valores da liberdade de imprensa e da Democracia, aponta o regresso às origens do Jornalismo como uma das formas de voltar a atrair a confiança dos leitores. O Jornal de Notícias (JN), que tem vindo a crescer, ao longo de 130 anos, dentro e fora das linhas impressas, é hoje exemplo de como a Comunicação Social pode e deve reinventar-se e consolidar-se, todos os dias, com seriedade.

Domingos de Andrade
No Jornal de Notícias há mudanças constantes. Como se consegue reinventar um meio de comunicação nos dias de hoje?
É a permanente atenção ao leitor e às plataformas que orienta as mudanças. Mas a renovação de formatos, de conteúdos ou de grafismo só faz sentido no respeito absoluto pela matriz do Jornal de Notícias. E sempre com a proximidade como lema: no vídeo, onde o JN Direto foi inovador, ou na criação de uma revista de História com a marca e a qualidade do JN, mas que vive em banca sozinha; como também na renovação da Notícias Magazine. Na verdade, num momento em que a Imprensa mundial atravessa de facto uma crise enorme, o JN tem feito um caminho sereno de consolidação dos seus públicos e de inovação no cumprimento da missão de informar.
 
Como está a Imprensa a combater os desafios do Mundo atual?
A Imprensa tem mostrado grandes dificuldades em encontrar novos caminhos, mas sobretudo em mostrar que é relevante, única e fiável no escrutínio dos diversos poderes. Esse desnorte tem feito com que muitos jornais, rádios, televisões, marcas credíveis online, tenham perdido o foco. E o foco está num regresso às bases do exercício do jornalismo. Boas reportagens, boas entrevistas, notícias que cumpram escrupulosamente as regras deontológicas, mas relevantes, e que façam os leitores perceberem o papel importantíssimo da Imprensa e dos jornalistas. Uma Imprensa independente e que persegue histórias de interesse para o leitor fará sempre a diferença. Sem se deixar submergir pelo imediatismo, o que nem sempre é fácil. Na verdade, a crise da Imprensa e do Jornalismo é também a crise da Democracia, de um modelo de organização social, com todas as suas fragilidades, mas para o qual não foi inventado ainda melhor substituto. Não estou com isto a diabolizar as redes sociais. O que quero dizer é que é justamente nestes tempos difíceis que o papel do Jornalismo deve ser mais relevante, por muitos ataques a que esteja sujeito, e está. Uma Imprensa livre não interessa aos poderes subterrâneos. Nunca interessou.
 «Uma Imprensa livre não interessa aos poderes subterrâneos»
Conhecer tão bem o JN tem sido fundamental para conseguir trazer sucesso aos novos projetos?
 O JN é o único órgão de Comunicação Social que pensa o país a partir dos seus territórios. Não está enfeudado nos corredores da capital, exerce o jornalismo de proximidade às populações, aos seus anseios, necessidades, angústias, mas também sonhos e causas, e não o jornalismo dos recados e do megafone político. Mais do que conhecer é fundamental perceber bem a missão do Jornal de Notícias, da sua história em defesa dos socialmente mais frágeis, do seu presente, daquele que é o seu papel na sociedade portuguesa. Conhecer esse caminho, lutar por esse caminho, contar com uma Redação que sabe a sua missão, que conhece os seus leitores, que luta por eles é a razão maior para que o JN tenha o sucesso que tem.

O que é que ainda gostaria de fazer no Jornalismo?
No Jornalismo essa pergunta faz-se todos os dias e responde-se todos os dias. Fazer as histórias, dar as notícias, que efetivamente tenham impacto na vida das pessoas. Todos os dias. Pode parecer utópico, e até pueril, mas é também poder e querer fazer parte na construção de um mundo melhor.
Redação
T. Redação
F. Leonel de Castro
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