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Arquinho do Castelo

Uma história que perdura no tempo

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Há sempre mais uma história para se contar. Há uma mesa, a «mesa do Capitão», composta por até doze membros empresários (embora, no decorrer do tempo, o tempo já tenha levado alguns), que tem acompanhado todo o caminho do restaurante Arquinho do Castelo, em Leça da Palmeira, em Matosinhos, ao logo destes 27 anos de existência. Há clientes de todas as gerações que por cá já passaram, desde os avós, os pais, aos netos. Há várias histórias que foram contadas e ouvidas nos cantos desta casa. Há figuras distintas que aqui já se sentaram à mesa, como Sócrates e Sérgio Conceição, seu compadre (este último até para o programa dos apanhados), entre tantos outros conhecidos do mundo da TV, da política, das artes e do desporto (o Pentacampeonato do Porto foi festejado aqui). António Ferreira, proprietário do espaço, conta-nos como começa a sua história. E tanto que conversámos! 
Ainda que 2020 tenha sido um desafio universal, e muito para o setor da restauração, António e a sua equipa procuraram manter a mesma qualidade no serviço, na hora de servir os clientes. Em formato takeaway adaptaram-se à nova realidade e tudo prosperou. Foi com «muita perseverança e com muita força» que se superaram e mantiveram o trabalho de 27 anos levando as iguarias à mesa das famílias. Apostaram em pratos mais práticos, mas que levassem o mesmo sabor de sempre, tal como quando se apreciam os petiscos no restaurante. O ano foi difícil, mas a vontade é de no ‘agora’ continuar este longo caminho, sempre na procura por satisfazer quem ali se senta para almoçar ou jantar. 
Na cozinha é a esposa que toma as rédeas aos pedidos. E que delícias saem desta cozinha! Lina Ferreira é a alma desta casa. Sem este savoir-faire não seria a mesma coisa. E sem a equipa equilibrada – alguns deles estão cá há mais de 20 anos – não seria igual. Mas como é que começa a história do António e do Arquinho do Castelo? É simples. Na mesma rua onde se encontra hoje o restaurante, junto ao largo do Castelo, em Leça da Palmeira, existia, há muitos, muitos anos, o restaurante Avó Miquinhas, que era do seu primo, o Mário Ferreira, e foi nessa casa que o jovem António se iniciou no mundo da restauração, tinha 20 anos. Passados três anos, mesmo ao lado do atual Arquinho do Castelo, na rua onde António nasceu, havia uma tasca e surgiu a hipótese de ele tomar conta do negócio. Assim aconteceu. Aquela tasca era muito frequentada por jovens estudantes universitários. Passo a passo, começou-se a mudar o conceito da tasca e palavra passa a palavra, até que o tipo de cliente passou a ser um cliente mais de família e não tanto os jovens estudantes. Ainda assim, ainda hoje tem clientes daquele tempo dos estudantes. «Ainda há dias tivemos aqui um jovem de 26 anos que contava que os primeiros jantares de namoro da mãe e do pai tinham sido no restaurante.», relembra António. É já naquele tempo que o Arquinho do Castelo ganha nome, porque se encontrava junto a um arco, nas chamadas «ilhas» – onde existiam várias casas juntas. 

Em 2021, apostaram em pratos mais práticos, mas que levassem o mesmo sabor de sempre

Passados três anos de ter iniciado o seu desafio na tasca, António convence a sua mulher, que trabalhava num laboratório de análises, a integrar a equipa do restaurante e é aí que ela se torna na cozinheira da casa. Seis anos mais tarde, dão mais um salto e passam para o lugar onde hoje se encontra o Arquinho, na mesma rua, e onde ganhou nova forma o restaurante. Ao longo dos anos, foram inovando e fazendo obras no espaço. António, que havia frequentado a escola de hotelaria, sempre geriu o negócio com consciência e rigor, porque só assim se mantém uma casa com quase 30 anos de história. «Quis enriquecer os meus conhecimentos, fiz o curso de admissão e passei, estive lá dois anos. Com o tipo de cliente que frequentava o meu restaurante, fazia sentido estar a esse nível para os saber receber e servir», refere.
Quando chegamos ao Arquinho do Castelo a forma como somos recebidos e encaminhados à mesa diz muito desta casa. A simpatia, desde logo, e o serviço prestado, cativam qualquer um. António gere, diariamente, uma equipa de doze pessoas. E sabe que há famílias, como o caso de um casal, a depender do trabalho do restaurante, por isso, a responsabilidade ainda é mais acrescida, «se as coisas correrem mal é uma família que fica completamente desamparada», conclui. E a Lina é a essência desta casa, «é a primeira a estar presente quando precisam, mas também é a primeira a exigir quando assim tem de ser», comenta António, de sorriso no rosto e orgulhoso da sua companheira de há 41 anos. A cumplicidade entre ambos é notória e têm uma família muito bem estruturada: «Temos dois filhos fabulosos e temos uns netos fantásticos – a Constança, a Carlota e o Duarte.»
Em dias de casa cheia, chegam a atender 120 clientes por refeição. Não é fácil a gestão, mas com uma equipa coordenada tudo se consegue. Mas, para se servir bem, também é essencial ter os alimentos certos. E isso aqui acontece. António tem sempre peixe fresco, tem o privilégio de já ter sido pescador, quando jovem e nos tempos livres, e de conhecer bem este universo do mar. «Conheço muito bem o pescado, o peixe, o linguado, o robalo, o rodovalho, já apanhei percebas, camarão da costa… tudo isto que aqui sirvo». Ainda hoje quem o fornece muitas das vezes é um amigo daquela época, por isso, tem sempre peixe fresquinho. E depois desta matéria-prima fresca, é só preparar os pratos enriquecidos pelas mãos da Lina. Destacamos o Marisco, o Peixe GaloPeixes Grelhados ou Assados, o Peixe ao Sal e o Arroz de Polvo com Filetes; nas carnes, a Vitela Baronesa, o Cabrito de Resende e o Bife do Lombo. E para adoçar os paladares, finalizamos com o Bolo de Chocolate Crocante. Por último, antes mesmo de pensar no que vai comer, a vasta coleção de vinhos é-lhe apresentada e será garantido um néctar adequado à sua escolha gastronómica. Posto isto, brindemos a vós!
Maria Cruz
T. Maria Cruz
F. Daniel Camacho
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