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· Arquitetura & Design · · T. Maria Cruz · F. Igor Martins

Ricardo Azevedo

«Hoje corremos o risco de uma arquitetura de imagem, de status»

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22 anos depois de ter iniciado a sua carreira, Ricardo Azevedo continua a sentir um gosto especial pelo desenho à mão, porque o «desenho é uma forma de expressão de procura e de encontro», que busca, ao se fazer arquitetura, «um futuro desconhecido» e é «a melhor aproximação no encontro das dúvidas desse futuro». E é sempre com incertezas, e criando novos caminhos para a definição da configuração, que o arquiteto, com atelier em Santo Tirso, norte de Portugal, encontra soluções inesperadas para os seus projetos. Gosta de desenhos lentos e inquietos. Afinal, é no desenho que descobre «a forma, a luz e a leveza da matéria». Para o arquiteto o traço «poetiza» e «é o discurso de um projeto, porque ele é introspetivo, quando leva o arquiteto a refletir sobre a sua busca, e é comunicante, quando conta aos outros a sua história». É esta história de arte, arquitetura, comunicação e paixão que vos mostramos nas páginas que se seguem.
Sempre sonhou com a arquitetura? Gosta de arte e de comunicar através do desenho. O que é que a arte e o desenho têm em comum, quando passados para um projeto de arquitetura?
A arquitetura nasceu de um sonho de criança. Acho que é comum nos arquitetos. Não sou diferente aí. Sempre tive esse sonho. Acho que se não tivesse sido arquiteto, hoje trabalharia na construção civil a dar forma ao que os outros projetassem. Tive um percurso académico que começou em Lisboa, na Faculdade de Arquitetura. Nessa altura, ainda estava próxima do Chiado e era conjunta com as Belas Artes. Aí fiz a primeira aproximação ao mundo da arquitetura e cresci como pessoa ao ter vivido numa cidade grande. Lisboa trouxe-me o fado e a luz. Voltei ao Porto, à procura do sonho que tinha de me formar na Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto. A célebre escola do Porto. Comecei de novo. Acho que foi uma das minhas melhores decisões. Comecei do zero, tendo já o conhecimento de um ano de aprendizagem em arquitetura. Tive um percurso académico muito intenso, tive o privilégio de ter grandes professores, que me ensinaram arquitetura, a desenhar, a pensar. Não posso deixar de falar no Sérgio Fernandez, o homem que me fez confrontar com o modo de pensar de um arquiteto, A Madalena Pinto, o Nuno Lacerda, o Siza Vieira. No quarto ano fui trabalhar para o atelier do Prof. Francisco Barata Fernandes. Aí encontrei o verdadeiro lugar da arquitetura. A arquitetura que deriva do pensamento crítico e desenhado. O desenho que procura a mão que pensa. Quando terminei o meu curso tive o privilégio de integrar a Escola Superior Artística do Porto, onde lecionei no curso de Arquitetura durante 13 anos. Foi aí que mais aprendi sobre arquitetura e sobre pessoas. Os alunos fizeram-me crescer enquanto homem e arquiteto. Conheci muitas pessoas, fiz muitas amizades. Será esse o meu melhor ganho para a arquitetura que faço.

Criou o Ricardo Azevedo Arquitecto (RAA) em 2002. Que desafios enfrentou ao longo destes anos? E o que mais o marcou na sua carreira?
Verdadeiramente comecei em 2000, num pequeno atelier em Gaia. Foi um percurso interessante. Como todos, com altos e baixos, mas acima de tudo sempre com um crescimento amadurecido na arquitetura. O tempo traz-nos mais certeza. Desenvolve-nos mais habilidades. Estruturalmente torna-se quase inato ir aprendendo a trabalhar em equipa. Assumo sempre a responsabilidade de tudo, contudo descobri na versatilidade da equipa a oportunidade de explorar novos caminhos, novas perspetivas. Hoje, o atelier tem 20 colaboradores. Procuro as pessoas pelo seu caracter, esse é o principal valor de um bom arquiteto, médico, advogado, se quiser carpinteiro, serralheiro... Passados 22 anos, estimula-me ter comigo pessoas de gerações diferentes, de países diferentes. Pessoas com caminhos feitos que tragam novidade ao atelier. Temos pessoas do Brasil, da Turquia, pessoas que passaram parte da vida no Japão, pessoas das diferentes escolas de arquitetura. Não me fixo no estereótipo. Procuro a diferença. Com eles visitamos outras realidades e o desconforto dos lugares e perspetivas desconhecidas dão-nos melhores oportunidades.  Discutimos. Todos participam ativamente do projeto.

Quais as vossas áreas de especialização?
22 anos depois não me considero especialista em um programa específico. O arquiteto tem que reunir um saber transversal. Felizmente, nestes anos, tive a oportunidade de projetar casas, igrejas, fábricas, escolas, hotéis, ruas, praças, cemitérios, lares, unidades de cuidados continuados... Projetos pequenos e grandes. Sinto que após todos os projetos desenvolvidos qualquer desafio é encarado de modo natural, com o somatório de todos estes anos e com o somatório de uma vida inquieta e pertinente. Tudo quanto vejo e sou acaba por aparecer nos meus projetos. No desenho de um projeto está sempre presente a nossa dimensão física e espiritual.
Sempre que aparece um projeto novo a dúvida estimula a sua procura. É muito mais fácil quando em programas complexos conhecemos toda sua dinâmica funcional e regulamentar. Nesse sentido, posso sentir o privilégio de ter acumulado uma experiência facilitadora, mas tendo a dificultar sempre o meu caminho. Nunca parto de algo que já conheço. Utilizo o somatório do que experimentei, mas procuro novidade. Gosto sempre dos lugares que desconheço. O projeto enquanto busca de um desconhecido é mais motivador. É aí que está a base de tudo. A evolução parte sempre do saber acumulado, da história.

O facto de não estarem sediados numa grande cidade como Lisboa e Porto, alguma vez foi impedimento para a realização de certos projetos?
Hoje mais do que nunca o local onde estamos pouco importa. Importa o que somos, o que fazemos, como comunicamos. Estar em Lisboa ou Porto apenas melhora o nosso acesso a outras realidades. Concertos, exposições, este ou aquele restaurante. Este facto, facilmente se supera. Viajar recupera esta distância. Todos fazemos o nosso caminho. Atualmente estou quase sempre dois dias por semana em Lisboa, Alentejo e Algarve. Acompanho os projetos e os clientes numa relação direta e pessoal, gosto de o fazer assim. Quando projetamos para fora comunicamos facilmente por canais digitais. O caso mais extraordinário que vivemos, enquanto clientes e distância, foi um convite de um grupo de investidores para fazer uma Torre no Paraguai. Esse convite correspondeu a um concurso que felizmente acabamos por ganhar. Este projeto foi desenvolvido em conjunto com um antigo aluno que tive, enquanto professor do curso de arquitetura na ESAP, no Porto, o Nuno Bessa. É sempre estimulante dividir com algumas pessoas a criação de projetos. Somos mais e melhores quanto experimentamos a irreverência da juventude com a serenidade do amadurecimento. O melhor de duas gerações, aparece, no confronto de ideias, de desenhos.
Quando tudo começou não me parecia possível chegar a estas geografias. Desenvolvemos projetos para um grupo Espanhol e outro Grego. Fizemos pequenos projetos para a Alemanha e Paris. Trabalhamos em Maputo e Luanda. Estamos sempre abertos a desafios.
Um acontecimento que não esqueço foi ter desenvolvido o projeto de uma Torre para uma das principais avenidas de Maputo. Fizemos o estudo prévio, sem nunca ter visitado o local. O Google ajuda, mas esquece-se que compreender um lugar, uma cidade, implica relacionarmo-nos com ele, em todos os sentidos humanos. Lembro-me de entrar no avião orgulhoso do meu projeto enrolado num tubo. Quando pisei solo africano, senti cheiros, invadiram-me imagens de outdoors pintados com o símbolo da Coca Cola. Entrei numa cidade de avenidas rasgadas com edifício modernistas, preenchidos por uma arquitetura com fachadas marcadas por desenhos estruturais marcados. Percebi que levava um projeto sem contexto. Pedi um escritório, um lugar onde conseguisse trabalhar e refazer o meu projeto. Acabou por pertencer ao lugar. Encontrou a direção certa. Hoje, projeto nos sítios que visito, sinto e só́ assim me envolvo com o contexto. Às vezes em continuidade outras em oposição, mas sempre consciente da relação.

São mais de 20 anos dedicados à arquitetura. De alguma forma, olha para os primeiros projetos realizados e os vê como ‘inadequados’ aos tempos de hoje, ou continuam a ser um retrato da sua essência, do seu traço, enquanto arquiteto? Comecei muito cedo a trabalhar com o Arquiteto Francisco Barata, enquanto estudante na FAUP. O Barata era meu professor e convidou-me para o seu gabinete no meu terceiro ano. Essa passagem por lá ajudou-me a desenvolver outras capacidades que, somadas à experiência académica, me levaram a integrar na minha vida profissional. A vida faz-se de experiências e sempre fiquei atento a tudo o que desenhei e construí. Gosto de visitar a obra sozinho em alguns momentos de silêncio. Antes, durante e depois da construção. O antes, anuncia-me o futuro, o durante, altera as relações entre as partes e, nesse momento, ainda se podem redirecionar alguns pontos. O meu caminho é importante, por isso não retirava nada. Se voltasse atrás não sei se mudaria alguma coisa. Estou a caminho. O que procuro é fazer uma arquitetura consistente, com uma linguagem intemporal, onde caibam as pessoas que a vão habitar. Gosto de revisitar os projetos, anos mais tarde, perceber como envelheceram e gosto de encontrar as pessoas com quem trabalhei.

«Tive o privilégio de ter grandes professores, que me ensinaram arquitetura, a desenhar, a pensar»
Quando pensamos em RAA, qual é o traço que vos distingue e caracteriza?
Os outros saberão, para mim é difícil. Se tiver que encontrar uma característica mais vincada será, talvez, a presença de cada pessoa no meu projeto. Quem o habita está muito presente na forma e, por isso, não vejo igualdade nos meus projetos, vejo diversidade. O único parâmetro comum entre eles sou eu. Os lugares também influenciam, mas as pessoas muitas vezes dizem-me: «vi que este projeto era seu». Se calhar não cabe ao arquiteto saber justificar tudo. Existem muitas coisas que ficam para a leitura e interpretação geral. 

Há algum mestre da arquitetura que o continua a inspirar?
O primeiro foi o Alvar Aalto. Nada sabia de arquitetura quando um professor de Matemática, Santos Marques, no liceu me ofereceu o livro. Disse-me: «este será́ o teu primeiro livro de arquitetura». Talvez por isso esse esteja sempre presente. É um arquiteto que está no equilíbrio entre os exageros, racionalistas do Le Corbusier e os organistas de Franck Lloyd Right. Também estes me inspiram. Gosto das contradições do Mies, que fala de decoração e vivia envolvido num ambiente cheio de objetos e livros. Não posso acabar sem falar num homem que foi meu professor e que, ainda hoje, é um dos maiores valores na arquitetura nacional e internacional, o Álvaro Siza Vieira. Motiva-me a sua relação com o lugar, com a história, o facto com às vezes se apaga para fazer valer o contexto. Gosto de uma arquitetura com um discurso controlado e cuja comunicação atravesse o tempo, sem perder o seu valor.

O Ricardo tem o gosto pela partilha de conhecimento. Chegou a lecionar durante anos. De que forma esta passagem de testemunho e sabedoria foi importante para si e para aqueles que absorveram do seu conhecimento?
Não sei dizer o que de melhor se passou durante esses 13 anos de vida. O que ensinei ou o que aprendi. Os alunos são pertinentes, curiosos, trazem muitas questões. O professor não sabe tudo. Sempre estudei para tentar devolver aquilo que os alunos procuravam, nem que isso tivesse que acontecer na aula seguinte. Existe um acontecimento que me marcou enquanto professor, aliás, vários, mas este destaco-o. Estava a lecionar a disciplina de Projeto I. É aí que os alunos aprendem o método de desenvolvimento de um projeto. Desde o conceito até ao desenho da procura das soluções. Em geral, os alunos são impelidos ao desenvolvimento de um processo de desenho sobre vegetal que vão sobrepondo ao desenho anterior, na expectativa de que o desenho seguinte corrija os erros do anterior. Todos ávidos por um processo longo desenham sem parar e no princípio é difícil parar. Pedi aos alunos que trouxessem uma folha A1, opaca e que desenhassem com qualquer riscado durante as 3 horas de aula. Só́ queria um desenho, nada mais. Descobri a maneira de os devolver ao pensamento lento, ao desenho pensado. Acho que esse foi o meu ponto alto enquanto professor. Uma coisa tão simples e básica, mas que mudou definitivamente o resultado e o mundo de cada um destes alunos. Vivemos numa sociedade, rápida e ávida e o que lhes quis deixar foi a virtude de deixarmos o tempo fluir, aproveitando mentalmente a oportunidade. A arquitetura é um processo mental.

Como é que hoje sentimos e vemos a arquitetura?
A arquitetura ajusta-se aos tempos, às culturas, às civilizações. Hoje corremos o risco de uma arquitetura de imagem, de status. Corremos o risco do descontexto. Os arquitetos têm a possibilidade de conduzir o cliente numa procura de um habitar que seja resposta ao modo de viver. A casa deve ser palco, não o espetáculo em si. Deve proporcionar o lugar certo para viver, não condicionar o viver. Deve ser estímulo. O arquiteto conta uma história nos espaços que concebe. Proporciona uma relação com quem o habita e deve ser aí que nos realizamos porque podemos oferecer aos outros o lugar certo para trabalhar, dormir, comer, brincar, não de uma forma funcionalista, mas inspiradora. Devemos contrariar uma arquitetura de imagem em detrimento de uma arquitetura confortável onde se melhora a vivência humana. A Luz é essencial nesse trabalho. Ela desmaterializa o peso da matéria, conferindo-lhe a dimensão de um significado.

Do vosso portfólio, que projetos destacariam?
Não é fácil escolher um projeto. Talvez escolha a Igreja de Santo Adrião. Nesse projeto vivem dois tempos. Respeitamos o passado, redesenhando um claustro que separa o novo do velho. A forma é suportada pela geometria do desenho clássico, que obedece às regras do quadrado e do retângulo de ouro. Os tempos não se tocam, ligam-se por uma fresta de vidro. Acho que este projeto me define enquanto pessoa e arquiteto. Valorizo sempre o passado, encostando nele a diretriz do futuro. Respeito o tempo, aprecio a sua extraordinária lentidão. Um contrassenso nos dias de hoje.

«A casa deve ser palco, não o espetáculo em si. Deve proporcionar o lugar certo para viver, não condicionar o viver»
Estes últimos dois anos pandémicos tiveram impacto no mercado da arquitetura. E no vosso atelier?
Sim. Inesperadamente trouxeram à equipa uma ligação mais forte, mais comunicação, mais discussão, mais tempo ao desenvolvimento dos projetos. Menos reuniões e mais concentração. Cortaram-se algumas reuniões que todos perceberam desnecessárias. Introduziram-se novas noções de distância e proximidade. Abriram-se novos mercados. O mercado hoje é mais global. Os novos clientes procuram o que querem, não o que lhes está próximo. Tudo está ao nosso alcance e por isso este este tempo, estes dois anos transformaram muito o tipo de cliente que nos procura. São pessoas que sabem o que querem, que se identificam com a particularidade dos nossos projetos e querem o que precisam. Este facto mudou o mundo dos arquitetos. Não prevalece mais o amigo que fez a minha casa, mas, na verdade, o que somos e fazemos e a afinidade que estabelecemos com quem nos procura. O mundo e a sua geografia está cada vez mais pequeno. Vivemos uma aproximação digital.

O mercado imobiliário e da construção tem crescido a um ritmo veloz. Grande parte desses investimentos são de fundos, de investimento estrangeiro, do turismo. Em Portugal, onde podemos identificar o maior potencial de crescimento do setor?
Nos últimos anos Portugal está no mapa dos investidores nacionais e estrangeiros. Climaticamente somos uma oportunidade, temos um nível de segurança invejável. Temos um mar infindável, temos uma distância de poucas horas a qualquer cidade Europeia. Somos atraentes porque temos características regionais e locais que agradam a quem nelas habita. Temos um custo associado ao investimento, com uma excelente margem de retorno. Temos mercado para o produto. Somos atraentes porque oferecemos margens de retorno muito significativas. Não avanço percentagem porque correria o risco do descontexto, mas financeiramente o investimento imobiliário continua na liderança do mercado. O investimento estratégico em determinadas geografias é garantido porque o solo esgotou. Aí entra de novo o arquiteto reinventado o modo de construir e reconstruir. Se o solo se esgota temos que encontrar outras possibilidades, é comum noutras cidades mundiais a mudança das cérceas e o desenvolvimento de construção sobre o existente.

No seu entender, o país necessita de uma reabilitação dos espaços/das cidades? E que papel deve assumir o arquiteto nestes processos?
Sim. Definitivamente as cidades são organismos em constante transformação. Ao arquiteto cabe a sensibilidade estratégica de despoletar o desenvolvimento certo. A oportunidade está sempre presente. Por vezes não a percecionarmos. O arquiteto vê antes. A transformação urbana pode fazer-se de diferentes modos. Por um lado, temos os planos e a consequência lenta da sua transformação, sempre sustentada em ações, com forte impacto económico e lenta transformação. Por outro, temos a possibilidade através de determinadas operações arquitetónicas gerarem transformação urbana e consequentemente social. Lembre-se do que se passou em Bilbau. A conotação de uma cidade degradada foi superada através da construção de edifícios icónicos que motivaram uma rápida transformação urbana e social.  É deste modelo que mais me aproximo e com essa intenção que trabalho. A rutura pode motivar uma transformação mais consequente. O edifício que projetámos na entrada de Santo Tirso, pretende ter esse valor de transformação, apagou-se uma identidade degradada e reergueu-se uma escultura urbana que poderá ser vista como ponto focal de diferentes pontos da cidade, gerando e motivando outra relação do homem com a cidade. Nas reconstruções que fazemos também procuramos essa transformação urbana que integra tempos e promove uma cidade mais sustentada. Cabe ao arquiteto o papel de inspirar modelos de transformação urbana e modos de vida.

«Gosto particularmente de ver reutilizados nas nossas reconstruções ou construções matérias que provêm de demolições ou sucata»
É incontornável não falar de sustentabilidade nos tempos atuais. Não só do ponto de vista energético, mas também em termos ambientais e sociais. De que forma a RAA contribui para este desígnio?
Temos essa consciência. Acho que cada vez mais é global. Estarmos à procura de novas metodologias construtivas, mais amigas do ambiente. Temos desenvolvido projetos mais sustentáveis, construções com estruturas em madeira, procuramos sistemas mistos e promovemos a redução do CO2 no processo.  Reciclamos. Nada se perde, tudo pode ser reutilizado. Escolhemos matérias locais. Acho que estes são os pontos mais fortes do nosso contributo para a sustentabilidade. Gosto particularmente de ver reutilizados nas nossas reconstruções ou construções matérias que provêm de demolições ou sucata.

Fora do gabinete, como é o Ricardo?
Acho que nunca estou fora do trabalho ou dentro dele. Um arquiteto nunca pára de pensar nos projetos que está a desenvolver. A nossa vida é sempre em torno dos nossos projetos. É intrínseca a relação. Em tudo se encontra respostas à nossa busca. Gosto de pessoas, de música, de viajar. Gosto de arte. Gosto da minha família, completo-me na família, sou feliz ao lado deles. Inspiro-me na família.
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