VillaseGolfe
· Economia&Negócios · · T. Redação · F. Nuno Almendra

Miguel Poisson

«O imobiliário continua a ser o setor refúgio para a maioria dos investidores»

Villas&Golfe Pub. PUB HOMES IN HEAVEN Pub.
Vidago Villa Pub.
PMmedia PUB Pub.
Portugal está bem posicionado no que toca à capacidade de atrair investidores estrangeiros para o setor imobiliário de luxo. Quem o diz é o CEO da Portugal Sotheby'sRealty, uma das empresas com maior portefólio do país dentro do segmento premium. Em entrevista à V&G explica que a pandemia veio intensificar a procura de casas que sirvam de espaço para trabalho e que ofereçam também uma confortável área de lazer. As segundas habitações também são hoje mais apetecíveis. Tudo com a ajuda do clima, da gastronomia e dos benefícios fiscais. Apesar de se adivinharem aumentos das taxas de juro a curto prazo, o mercado nunca esteve tão animado. 
 
Como justifica que o setor do imobiliário de luxo esteja cada vez mais em alta, apesar da conjuntura mundial ter sofrido bastante nos últimos dois anos? 
Portugal está a ganhar «quota de mercado» a outros países no que diz respeito à sua capacidade de atrair estrangeiros que queiram investir e/ou viver em Portugal. O fator segurança continua a ser extremamente importante, para além de todos as outras características que bem conhecemos e que são efetivamente valorizadas por quem investe em Portugal (benefícios fiscais, clima, infraestruturas, gastronomia, etc.).O facto das taxas de juro estarem baixas, mesmo que se adivinhem aumentos no futuro, continua a fazer do imobiliário o setor que melhor remunera o investimento, mantendo níveis de risco controlados. O imobiliário continua a ser o setor refúgio para a maioria dos investidores. 

 Como caracterizaria atualmente o mercado imobiliário em Portugal e no Mundo? 
Há duas grandes ideias a reter. Primeira, a pandemia veio colocar a «casa» ainda mais no centro da vida das pessoas. Há uma procura de mais espaço interior (também para trabalhar melhor a partir de casa) e desejo de mais espaço exterior (para lazer). Há também um aumento da procura de 2.ª habitação, sobretudo de campo ou de praia.A segunda ideia é que: as taxas de juro baixas continuam a convidar os investidores a adquirir imóveis, incluindo grandes fundos de investimento que estão a apostar (em particular no setor habitacional) na compra de imóveis nas principais cidades europeias, porque retiram daí rentabilidades anuais importantes através do arrendamento desses ativos (e mais-valias na revenda porque a trajetória de preços tem sido ascendente e nada indica que isto se inverta a curto-prazo). 

«A pandemia veio colocar a «casa» ainda mais no centro da vida das pessoas» 
 
Portugal está na mira dos investidores estrangeiros. Este mercado pode vir a esgotar-se a curto ou a médio prazo por falta de imóveis de luxo? 
Antes pelo contrário. A procura por mais luxo leva a que se façam mais investimentos na construção de imóveis de luxo. Ou seja, uma procura forte atrai investimento que se transforma em mais oferta no mercado. É um processo dinâmico. Vejamos o caso de Lisboa, que tem hoje muito mais empreendimento de luxo do que tinha há 10 anos. E porquê? Porque nestes últimos anos a procura de imóveis de luxo (sobretudo por estrangeiros) levou a que se fizessem investimentos diferenciadores e talhados para uma procura exigente que não era tão comum.Há, por outro lado, uma procura de produtos especiais e com muita história (palácios e casas senhoriais) que atraem uma franja específica de investidores estrangeiros que têm poder financeiro para os reabilitar na íntegra (investimentos avultados) e que tornam o nosso parque imobiliário mais rico e preservado. A Sotheby’sRealty, que atua no segmento de luxo, está muito em contacto com esta realidade porque tem provavelmente o maior portefólio do país de imóveis verdadeiramente de luxo. 
 
O setor está cada vez mais competitivo devido à elevada procura. É preciso inovar e uma boa estratégia para se diferenciar da concorrência. Foi isso que fizeram, por exemplo, na parceria com a Volup? Que outros exemplos nos podem dar? 
Os players no setor imobiliário são muito diferentes dos que existiam há 15 ou 20 anos. Têm melhor formação e integraram no seu modelo de trabalho uma componente tecnológica forte que lhes permite prestar um melhor serviço ao cliente final. Obviamente que é sempre necessário ir mais além e parcerias com a que temos com a Volup, com o Corte Inglês (através de ateliers de formação) e com muitos mais parceiros de renome, ajudam-nos a posicionar a marca da forma certa e no segmento de clientes que queremos atingir. 

«Estamos muito atentos à questão da sustentabilidade que passou a ser um requisito muito presente na procura» 

 Qual a grande aposta da Sotheby’sRealty Portugal para este ano? 
Este ano vamos fazer uma aposta muito forte nos empreendimentos e criámos um departamento inovador que irá trabalhar de forma centralizada, e muito próxima, com alguns promotores com quem vamos poder partilhar todas as especificidades da procura que existe a cada momento no mercado. Vamos trabalhar de forma mais integrada para possibilitar a criação de projetos que respondam em pleno às maiores exigências dos clientes. Estamos todos os dias no terreno em contacto com clientes, que têm requisitos de procura muito exigentes e sofisticados, e temos a obrigação de ajudar a formatar a oferta o melhor possível, para que cada empreendimento se distinga dos outros e possa ser vendido mais rapidamente. Estamos a levar oportunidades de negócio a vários promotores (terrenos, edifícios por reabilitar, etc.) e, neste preciso momento, iniciamos uma caminhada em conjunto para criarmos um projeto «comum», que ajudámos a desenvolver e a enriquecer, que conhecemos melhor e que, consequentemente, venderemos melhor. Estamos muito atentos à questão da sustentabilidade que passou a ser um requisito muito presente na procura, tanto de compradores estrangeiros como de portugueses, que começam a olhar para a sustentabilidade, não como uma questão de moda, mas como uma questão basilar nas suas vidas e na vida dos seus filhos. 
 
Numa altura de crescimento do setor e em quando está empenhada em expandir, a responsabilidade social não foi deixada de lado, como se constata na recente adesão a uma plataforma de donativos para a Ucrânia. Quanto dinheiro já conseguiram angariar? 
Até ao momento já angariámos 360,325$ [342,53 mil euros]. 

Redação
T. Redação
F. Nuno Almendra
Política de Cookies

Este site utiliza Cookies. Ao navegar, está a consentir o seu uso. Saiba mais

Compreendi