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Alfredo Cunha

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André Jordan

Empresário e «pai do turismo português»

É impossível apresentar em poucas palavras um homem com uma vida tão cheia. Nasceu na Polónia, mas por força da guerra acabou por viver em muitos países, estando em Portugal há mais de 50 anos. Pela criação da Quinta do Lago e outros empreendimentos de renome é, justamente, considerado o «pai do turismo português». Justas são também todas as homenagens e condecorações que lhe têm sido feitas. Portugal agradece-lhe e nós, como portugueses que somos, também: obrigada, Andrzej Jordan! 

André Jordan
Nasceu na Polónia, viveu em muitos países e está em Portugal há mais de 50 anos. De que nacionalidade se sente André Jordan?
Sou um cidadão da comunidade onde vivo e trabalho. Aprecio as qualidades dos países onde vivi, principalmente da minha Polónia natal, EUA, Brasil, Argentina, Grã-Bretanha, Portugal, entre os demais. Admiro o espírito de liberdade e o amor à música dos polacos, a democracia, meritocracia e capacidade de trabalho dos americanos, a alegria, a coragem e resiliência dos brasileiros, a enorme capacidade dos argentinos de serem amigos, a fleuma e a educação dos ingleses e o espírito de solidariedade, lealdade e consistência moral dos portugueses. 

É conhecido como o «pai do turismo português». Concorda?
Eu entendo esta honrosa designação como o reconhecimento pela criação da Quinta do Lago, com o seu emblemático restaurante Casa Velha, que marcou um estilo. Dediquei a minha conceção dos empreendimentos a uma fórmula que combinasse a estética e a maneira de ser portuguesa, sóbria e elegante, com um modelo de serviço de padrão internacional. 
«50 anos depois, o Portuguese Style é uma realidade reconhecida mundialmente»
Alguma vez imaginou que a Quinta do Lago viria a ser o ícone que é hoje?
Sinceramente não. Imaginei a Quinta do Lago como referência de elegância e tranquilidade e não imaginei que essas caraterísticas viessem a transformar esse meu primeiro empreendimento em um dos dez melhores do mundo de todos os tempos, conforme definiu o Sunday Times recentemente. 50 anos depois, o Portuguese Style é uma realidade reconhecida mundialmente.

Pensa que as políticas governativas em relação ao setor do turismo têm sido as mais adequadas?
O sucesso e crescimento recente do turismo apanhou o Governo, e de certa forma a indústria do turismo, desprevenidos, sem uma estratégia para a fidelização do turista através de eventos e atividades com vida própria. O Governo deveria estimular os empresários do setor para se juntarem na organização e na promoção de eventos e atividades regulares de alta qualidade. Também faz falta um Ministro do Turismo que seja capaz de lidar transversalmente com os múltiplos problemas.

É fácil investir em Portugal a nível turístico e imobiliário?
Portugal está bem situado na lista dos países que recebem investimentos. Existem dificuldades pontuais. Muito importante também é fazer reconhecer pelas autoridades monetárias portuguesas e europeias a importância do Turismo Residencial, que pode ser uma fonte recorrente de receitas de investimento estrangeiro não inflacionárias.

T. Maria Amélia Pires
F. ©PMC
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