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Anselmo Mendes

Enólogo e empresário

Nasceu em Monção e é um reputado enólogo português. Anselmo Mendes dedica-se a produzir requintadas variações de Alvarinho – uma casta extraordinária, típica da região onde nasceu –, mas é também consultor em empresas de referência em todo o país. É formado em Agronomia, mas o ‘bichinho das coisas do vinho’ fez com que tirasse uma pós-graduação em Enologia e Viticultura e várias formações em Bordéus, França. Com tantos vinhos premiados e reconhecidos, o enólogo e empresário continuará a ‘experimentar’, planeando crescer cada vez mais nos vinhos de topo.


Anselmo Mendes
Desde criança se familiarizou com a cultura da vinha e a produção do vinho. Ser enólogo sempre esteve nos seus horizontes?
A minha família vive da agricultura há várias gerações. Desde pequeno que participava nas atividades agrícolas incluindo a vindima. Quando adolescente, decidi que queria ser Agrónomo. Rumei a Lisboa onde concluí Agronomia. Na segunda metade do curso, já devorava tudo o que dizia respeito à Viticultura e Enologia. A partir daí nunca mais deixei de estudar essas áreas. Fiz pós-graduação na Católica e cursos de formação em Bordéus. Trabalhei numa grande empresa de vinhos; fui, e ainda sou, consultor em várias empresas e, hoje, como enólogo e empresário, continuo com o espírito experimentalista e estudioso das coisas do vinho.

Criou, há 20 anos, uma empresa de nome próprio. Que balanço faz? 
Crescemos como empresa familiar e assim continuamos. Começámos nos baixos de uma casa rural com 2000 garrafas e 2.5 ha de vinha. Hoje temos 50 ha de Alvarinho e 65 ha de Loureiro, e o balanço é muito positivo. Com o Alvarinho, em Monção e Melgaço; e o Loureiro, no Vale do Lima, afirmámos marcas com valor acrescentado, como Parcela Única, Curtimenta, Contacto, Muros Antigos e Muros de Melgaço. Penso que também contribuímos para um maior conhecimento destas castas e da região dos Vinhos Verdes.
«O projeto de futuro será crescer mais nos vinhos de topo, afirmando ainda mais a expressão do nosso terroir único»
Em que medida o recurso a cada vez mais tecnologias é benéfico na produção de vinho?
As tecnologias e o conhecimento são muito importantes, mesmo em setores tradicionais como o vinho. Para isso eu tenho uma frase: «Fazer vinho é acima de tudo conhecimento; arte é apenas o pormenor de o fazer diferente». O conhecimento articula várias ciências e, no caso do vinho, deve ser usado para enaltecer a expressão da terra onde as videiras crescem.

Anselmo Mendes é quase sinónimo de Alvarinho. Há uma predileção por esta casta?
Há uma relação especial. Eu nasci a respirar Alvarinho e logo que acabei o curso comecei as experiências: primeiro a fermentação e estágio em barricas, depois a maceração pelicular, o efeito de diferentes solos, etc. Hoje continuo a estudá-la e não estou nada arrependido desta nossa relação.

Que projetos tem delineados para um futuro?
O nosso projeto próximo é o Enoturismo na nossa Casa da Torre Quinta da Bemposta. Vamos criar o centro de experiências do Alvarinho. Esta Quinta, com raizes vínicas desde o século XIV, possui uma diversidade de terroirs capazes de fazer com que os vinhos atinjam uma expressão única. O projeto de futuro será crescer mais nos vinhos de topo, afirmando ainda mais a expressão do nosso terroir único.
T. Maria Amélia Pires
F. ©PMC
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