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O Grande Confinamento é uma oportunidade extraordinária para nos reinventarmos

Aurora Pedro Pinto

Presidente do Conselho de Administração Livraria Lello

Aurora Pedro Pinto

Vivemos uma crise sanitária, mas estamos também a entrar na pior crise financeira desde a Grande Depressão. Quem o diz é o FMI que já baptizou esta crise económica de O Grande Confinamento.
Que é um tempo de enormes desafios ninguém tem dúvidas. Para o SNS, para o Governo, para as famílias, para as empresas. Mas também para a cultura e para o turismo, que representa mais de 8% do PIB nacional, e é uma das áreas que mais está a sofrer com esta pandemia.
Também a Livraria Lello está de portas encerradas desde 13 de março, numa decisão tomada como medida preventiva. Desde esse dia que temos procurado dizer à comunidade, ao país e ao mundo que continuamos aqui, e que regressaremos tão logo quanto possível. E desde esse dia que temos procurado encontrar soluções para minimizar o impacto desta pandemia na vida dos nossos leitores. Foi com esse objectivo que lançámos, a 1 de Abril, o primeiro Drive-Thru Livreiro do Mundo, estando desde então a oferecer diariamente centenas de livros, num esforço financeiro considerável, recompensado por cartas e mensagens de agradecimento dos nossos leitores. Também em Abril lançámos o Prémio Contos da Quarentena, que pretende premiar seis novos autores com um valor monetário e com um contrato de edição. Com estas acções mostramos que estamos aqui para apoiar a comunidade, que voltaremos a abrir portas, e a ser uma âncora no turismo e na cultura.
Numa primeira fase nada será como dantes. Quando abrirmos, e até pelo menos ao final do ano, deixaremos de receber pessoas de todo o mundo, e passaremos a receber turistas que se deslocam de carro: portugueses e espanhóis de regiões próximas. Nos mais de 1.2 milhões de visitantes que recebemos em 2019, menos de 15% eram portugueses e cerca de 35% eram espanhóis. Se pensarmos que destes espanhóis vamos perder os que viajam de avião, percebemos que quando abrirmos portas, vamos ter, no melhor cenário, 25% dos visitantes que recebíamos. Isto antes de Setembro, porque depois de meados desse mês, com o regresso às aulas e ao trabalho, esta percentagem vai diminuir durante a semana, e manter-se apenas aos fins-de-semana.
Face a este cenário, é fundamental que os diversos players culturais e do turismo percebam rapidamente que terão que se reinventar e sobretudo unir, se quisermos todos ultrapassar esta crise. Esta é uma oportunidade extraordinária para olharmos para o nosso negócio e nos reinventarmos, apostando em experiências mais qualificadas, solidárias e sustentáveis.

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