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José Augusto Seca

Administrador da Topázio

Por ele têm passado os desafios da Topázio para o século XXI. Assumiu em 2012 a administração de uma empresa com 140 anos e, até aí, gerida pela família que a fundou, cabendo-lhe o desafio de aliar a tradição com a inovação. Teve de ultrapassar um dos momentos mais difíceis de sempre na empresa, um incêndio devastador na fábrica, mas percebeu aí que tinha nos trabalhadores os seus maiores aliados. Não os esquece, por isso, no momento de nomear a maior riqueza da Topázio, garantindo serem a verdadeira alma desta casa secular, especializada nos objetos em prata.  

José Augusto Seca
Como se deu a entrada na Topázio, uma empresa familiar?
Tenho formação na área financeira; tive conhecimento da oportunidade na Topázio e decidi candidatar-me. Entrei em 1992, com 30 anos de idade, para um cargo de chefia na área financeira. Oito anos mais tarde, assumi o cargo da Direção Financeira e Administrativa, que mantive até ao momento em que integrei o Conselho de Administração.

Ficou surpreendido com a decisão de a família o ter convidado para administrador?
A Topázio conheceu um crescimento fantástico com a última administração da família, no final da década de 90, em que atingiu o seu auge, ultrapassando os 15 milhões de euros de faturação e 300 colaboradores. Por volta de 2005, começaram a fazer-se sentir as dificuldades da conjuntura económica desfavorável, que provocaram uma forte quebra no volume de negócios. A administração não teve outra alternativa senão iniciar um processo de reestruturação, com a redução de mais de 70% dos seus efetivos. De alguma forma, teve o mérito de reestruturar a empresa antes de convidar outras pessoas a continuarem a sua gestão. Quanto à escolha da minha pessoa, julgo estar relacionado com o facto de sempre ter trabalhado em estreita colaboração com a anterior administração e muito próximo de todos os familiares que trabalhavam na Topázio.
«A grande mais-valia da Topázio é, sem dúvida, os seus trabalhadores, em particular os artesãos»
Em 2014 houve um incêndio que destruiu a fábrica. Como se recupera de uma situação dessas?
Com um espírito de entreajuda e grande sentido de resiliência por parte de todos os colaboradores, que gostam de olhar para a Topázio como a sua segunda família e são capazes de se unir em torno de um objetivo comum, dispostos a darem tudo para contrariarem uma adversidade, como aconteceu com o incêndio. 

O que pode fazer uma empresa com mais de 140 anos para chegar às novas gerações?
As novas gerações ouviram falar da Topázio pelos seus avós e pais, sempre associada a uma oferta de produtos mais clássicos. Não conhecem bem a Topázio na sua vertente contemporânea, enquanto marca que produz e comercializa uma vasta gama de produtos destinados às camadas mais jovens, como as nossas coleções de joalharia. E nós estamos a mudar isso.

Qual acha ser a grande mais-valia da Topázio?
É, sem dúvida, os seus trabalhadores, em particular os artesãos. São eles quem, pela qualidade na execução das peças, assegura que os clientes mais exigentes mantenham uma preferência pela Topázio, que continua a ser uma referência na produção de peças de prata. Merecem justamente ser chamados de artistas. 

T. Sérgio Gomes da Costa
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