José Ribau Esteves
João de Sousa Rodolfo
José Augusto Silva
Diretor-geral da Seara
Podia ter sido futebolista, mas canalizou os métodos de treino para o mundo empresarial, sendo hoje o diretor-geral da Seara. Se fosse treinador, organizava a sua equipa como Jürgen Klopp, do Liverpool, se calhar porque também é assim que estrutura a sua empresa e obtém resultados. Formou-se em Engenharia Eletrotécnica e de Computadores, com especialização em Telecomunicações, e a partir daí fez uma carreira em crescendo. Tal como aconteceu com muitos portugueses, a Expo’98 foi um marco na sua vida, mas no seu caso o impacto foi profissional e não lúdico.
Esteve próximo de uma carreira no futebol profissional, que interrompeu devido a uma lesão. Tem pena de não ter concretizado esse sonho?
Ainda hoje adoro jogar futebol, embora só o faça esporadicamente. Na época era de facto uma grande paixão. No entanto, hoje, à distância, não sei se estive assim tão próximo. Mas adoraria, ainda mais sabendo o quanto evoluiu, em termos de treino, dedicação, observação, afetação e gestão de recursos e desempenho, o futebol de alta competição nos últimos 30 anos.
Enquanto empresário, qual é o treinador de futebol com que mais se identifica?
Nos dias de hoje, gosto muito do Jürgen Klopp, pela relação de compromisso e cumplicidade que tem com todos os jogadores e membros da equipa, em prol do futebol espetáculo e com resultados.
«Aumentam os desafios, os mercados e a equipa disponível para marcarmos pela diferença e conseguirmos implementar melhor as ambições dos nossos clientes»
Qual foi o momento-chave do seu percurso?
Acho que foram dois: primeiro, em 1997, quando troquei uma carreira na área da prática de engenharia de telecomunicações pela de gestor comercial, na mesma empresa. Falo do projeto que o Grupo PT criou na altura para abordar a Expo’98 e onde aprendi imenso sobre o negócio e descobri que me realizava bastante encontrando e desenhando soluções para os clientes. Ainda hoje é uma faceta e prática que não dispenso. O outro momento foi em 2006, quando fui convidado para diretor-geral da Seara, pois o desafio empresarial passava, por um lado, por gerir uma PME e, por outro lado – o lado pessoal –, por saber se era ou não capaz de o conseguir.
A Seara integrou recentemente a rede Deloitte. O que muda?
Aumentam os desafios, os mercados e a equipa disponível para marcarmos pela diferença e conseguirmos implementar melhor as ambições dos nossos clientes. A rede global da Deloitte hoje possui várias equipas digitais que nos permitem ampliar e trocar competências, assim como participar em desafios fora de fronteiras e noutros mercados.
Quais são os maiores desafios que o mundo vai enfrentar na área informática e digital?
Eu diria que são a confiança e integridade dos dados. A cibersegurança nunca esteve tão presente na agenda de todos. Por outro lado, os clientes (nós), nunca estiveram tão diferentes e dispersos no footprint digital e as marcas e empresas têm, assim, uma maior dificuldade em criar touch points que impactem a sua relação de engagement com os seus clientes.