Luxo: uma oportunidade para a sustentabilidade, um caminho para a coesão

O conceito de luxo reside no modo de vida de cada um, dependendo de aspetos como a cultura, a visão e a capacidade económica. É, por isso, um conceito subjetivo que, para pessoas diferentes, assume significado e importância diferentes.

Tradicionalmente, a ideia de luxo está associada à exclusividade, à sofisticação, à qualidade e à autenticidade.

Contudo, aos dias de hoje, o luxo não se mede apenas pelo design ou pelo prestígio de uma marca. Hoje, o consumidor vai mais além e analisa a história que o produto conta, o impacto ambiental que gera e as condições de trabalho envolvidas no processo de criação.

Também a economia circular ganha terreno neste contexto, com muitas marcas a incentivarem a reutilização e reciclagem de materiais.

A sustentabilidade no luxo e a sua força global devem, ainda, contribuir para a coesão territorial.

Portugal oferece exemplos extraordinários desta conexão entre luxo e tradição. Os "Lenços de Namorados" de Vila Verde, com a sua história romântica e riqueza cultural, têm servido de inspiração para marcas que utilizam mão de obra artesanal local. No setor vinícola, destacam-se, em Portugal, vinhos únicos e de excelência, a que se associam paisagens ímpares como as do Douro, preenchidas pelas vinhas em socalcos. Outros exemplos incluem o Mar, os rios portugueses, as raças autóctones, ou o Parque Nacional da Peneda-Gerês, onde a biodiversidade e a força da natureza se entrelaçam. Tudo recursos inimitáveis e autênticos, elementos, muitas vezes, subvalorizados, mas que representam um luxo genuíno, com potencial para atrair atenção global, enquanto respeitam a sustentabilidade ambiental e social.

Este é o caminho para um futuro no qual o luxo deixa de ser apenas um privilégio de poucos e se torna num reflexo de responsabilidade social, respeito ambiental e compromisso com um mundo mais justo e coeso.