José Ribau Esteves
João de Sousa Rodolfo
José Maria Tallon
Fundador da Clínica Dr. Tallon
José Maria Tallon é médico, tendo dedicado a sua carreira a «procurar o bem-estar das pessoas». Nasceu em Granada, onde pensava viver toda a sua vida, mas veio a primeira vez a Portugal, movido pelo seu gosto pelo rally, conheceu os portugueses e apaixonou-se. Decidiu voltar mais tarde para completar a sua especialização, montou consultório, uma coisa levou a outra e aqui ficou. Perto de completar 60 anos, diz-nos que a idade não o assusta, mas assusta-o que o tempo passe tão rápido. Conhecido principalmente por ajudar as pessoas a perderem peso, Tallon preocupa-se essencialmente em ajudar as pessoas a mudarem os seus hábitos de vida para que se sintam bem. E por isso não dispensa viver, nem comer, que diz ser um dos seus maiores prazeres.
Este ano, a Clínica do Dr. Tallon celebrou 32 anos. Quando olha para trás o que o marcou mais no decorrer destas décadas?
Olhando para trás o que me marca mais é perceber como o tempo passa tão rápido. Pensar que vou fazer 60 anos daqui a uns dias é algo que tenho alguma dificuldade, não em aceitar, porque me sinto lindamente, mas que me faz pensar que tenho 60 anos e parecem-me 60 dias. Profissionalmente tive a sorte de ter uma vida muito preenchida, com momentos altos e outros mais baixos, mas com uma empresa que foi crescendo, consolidando-se e estabilizando-se. O que me marca mais no meu trabalho é a expressão de felicidade dos meus pacientes, quando voltam à consulta com alguns quilos a menos. É algo que, mesmo que se repita um milhão de vezes, nunca nos cansa.
Está há mais de 30 anos em Portugal. O que o levou a acreditar e a apostar neste país?
A vida é feita, como dizia um poeta andaluz, «Caminante, no hay camino, se hace camino al andar» (Caminhante, não há caminho, faz-se o caminho ao andar.), é feita de decisões que depois nos arrastam a outras. A primeira vez que vim a Portugal foi para ver o rally. Visitei o interior, fiquei a dormir em casa das pessoas, comi e dormi com elas… vi o país por dentro. E foi aí que realmente me apaixonei por Portugal. Ficou-me na cabeça. Então, vim para cá para me especializar, ficar apenas quatro anos no hospital de Santa Maria e voltar para Granada, de onde sou e de onde nunca tinha pensado sair. Mas montei consultório e tudo começou a correr bem. Um ano levou a outro, casei e tive filhos cá. E mesmo os que nasceram em Espanha sente-se de cá.
«Mais do que fazer dietas, damos orientações para mudar os hábitos de vida»
Nos processos de perda de peso, que técnica utiliza a Clínica Dr. Tallon?
O que fazemos, principalmente, é personalizar o tratamento. Pode-se comprar um fato de um determinado número e cair-nos bem ou podemos comprar à medida. Nós tentamos fazer à medida. Cada pessoa é diferente. Mais do que fazer dietas, damos orientações para mudar os hábitos de vida. Primeiro tentamos perceber porque é que a pessoa come e não tanto o que come. Porque se não soubermos o porquê não irá resultar. E depois dizemos-lhe que o que funciona não é a dieta, mas a sua decisão de modificar os seus hábitos de vida. E aí temos resultado garantido para vida.
No seu entender como é que está a saúde dos portugueses?
Melhor e pior. Medicamente, muito melhor. Em termos de hábitos de vida, muito pior, porque ninguém se mexe. Cada vez mais temos o hábito de sedentarismo e da falta de exercício físico.
E o José Maria Tallon tem cuidado com a alimentação?
Algum. Decidi há muito tempo que não haveria de deixar de viver, e comer é um dos prazeres mais importantes da vida. Não é viver para comer, mas também não é comer para viver. Há que encontrar um equilíbrio.
T.
Ana Monteiro
F.
©PMC
