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Stefano Saviotti

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Sérgio Rodrigues

Engenheiro Eletrotécnico

Tem passado a vida a inventar produtos em áreas tecnológicas. Diz que não se formou em engenharia, nasceu já engenheiro, pelo que a procura de soluções é um instinto. Essa inventividade levou-o a criar a sua primeira empresa, em 2006, tendo-se seguido uma série de outras. Dirige atualmente o desenvolvimento de produtos da Sage Portugal, mas a sua atividade estende-se a outras áreas, sendo um convicto investidor em startups, área em que a paciência e a experiência são fulcrais para enfrentar uma taxa de sucesso reduzida. Talvez ajude o facto de, além de engenheiro, ser otimista por natureza. 
Sérgio Rodrigues
Como inventor e empreendedor em áreas tão dinâmicas, costuma dar por si a pensar que o mundo é demasiado lento?
É um facto que, quando se tentam implementar ideias novas, o mundo tende a manter a sua inércia, o que dá sempre a impressão de que tudo demora demasiado tempo. No entanto, a história mostra o contrário. Por exemplo, nos telemóveis, em 10 anos passámos de um equipamento que envia voz de um lado para o outro para uma máquina imensamente mais poderosa do que o foguetão que levou o homem à Lua. Este exemplo não demonstra que a humanidade adota a inovação de forma rápida?

Portugal é um bom país para as empresas tecnológicas?
Sim, Portugal é um excelente país para as empresas tecnológicas. Julgo que não podemos perder a noção de que os portugueses foram os precursores das descobertas e, por incrível que pareça, está nos nossos genes a exploração de novos caminhos, bem como o famoso «desenrascar», o que nos leva mais longe do que os que têm pensamento estritamente definido. Ora, as tecnológicas, pelo facto de serem inerentemente inovadoras, beneficiam aqui da nossa matéria-prima mais relevante: as pessoas.

O que o atrai no negócio das startups?
Eu entrei neste mundo principalmente porque queria ajudar empreendedores de uma forma que era inexistente no tempo em que comecei as minhas empresas de tecnologia. Assim, por um lado, tenho uma satisfação pessoal pelo facto de poder contribuir para o sucesso de projetos inovadores; por outro, este é um mundo que nos expõe a quem pensa «fora da caixa» e isso é fulcral para quem não quer cristalizar.
«Os projetos não nascem da cabeça das máquinas, mas sim da cabeça das pessoas»
Qual foi a melhor aposta que fez nesse domínio?
Os investimentos em startups têm de ser estruturados de forma a acomodar nove falhas em cada dez tentativas. O medo de falhar tem de ser posto de lado. Eu diria que a Nanopaint, uma empresa de nanotecnologia que investiga tintas inteligentes, que permitem a qualquer superfície ser um sensor, pode ser uma estrela não só da lista dos nossos investimentos como pode levar longe o nome de Portugal.

Diz que o mais importante é as pessoas. Isto não é paradoxal vindo de quem trabalha com máquinas e inteligência artificial?
Pode parecer, mas não é. O facto é que os projetos não nascem da cabeça das máquinas, mas sim da cabeça das pessoas. Da mesma maneira, a execução não é efetuada pelas máquinas, mas sim pelas pessoas. Nós devemos considerar as máquinas, sejam elas inteligentes ou não, como a ferramenta que nos permitirá chegar a um objetivo; não deverão ser elas próprias a medida do sucesso.
T. Sérgio Gomes da Costa
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