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Luís Villas-Boas

Diretor do Refúgio Aboim Ascensão

A proteção de crianças em risco não seria a mesma sem Luís Villas-Boas. Militar e psicólogo de formação, é diretor do Refúgio Aboim Ascensão, em Faro, onde criou a Emergência Infantil, um modelo adotado a nível nacional e internacional. Tornou-se, por isso, uma das vozes mais ouvidas nesta área, tendo o reconhecimento desse trabalho chegado também sob a forma de condecorações, prémios e cargos da maior importância. Um trabalho amplamente reconhecido e, mais importante ainda, com dezenas de crianças salvas de situações difíceis.    

Luís Villas-Boas
Condecorações como a que recebeu do Presidente da República em 2015 têm efeitos no reconhecimento da instituição que dirige e na captação de apoios? 
A Comenda da Ordem de Mérito tem que ver obviamente com toda a minha vida pública enquanto cidadão. Tenho também muita honra, como português, em ter recebido o Prémio Princesa Diana de Gales, em 1998, e ter sido eleito membro da NSPCC - Conselho da Sociedade Nacional para a Prevenção da Crueldade contra as Crianças, presidida então, em 1992, pela Princesa Margarida de Inglaterra.

Em Portugal houve avanços reais na proteção de crianças nas últimas décadas?
Houve de facto avanços em matéria de proteção e promoção dos direitos das crianças e entrou em vigor nova legislação neste âmbito. Pode considerar-se que houve um reforço securizante das medidas que a Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Proteção das Crianças e Jovens tem ao seu dispor para concretizar as soluções mais adequadas a cada caso de risco, perigo ou vitimação. Ocorreu também, em simultâneo, um aprofundar das medidas de Prevenção, nomeadamente na recuperação de famílias disfuncionais e suas aptidões em matéria de parentalidade.

O que falta fazer?
Alargar e cientificar a Rede de Acolhimento Precoce de Crianças em Situação de Perigo, mantendo uma matriz de temporário para todo o Acolhimento e uma Finalidade última que se concretiza sempre que possível no retorno à Família Biológica. Em qualquer circunstância, é sempre uma decisão judicial que suporta o reencontro da criança com sua família. Ter em mente que as crianças não são propriedade de seus pais e têm direitos próprios de sua cidadania.
«Houve de facto avanços em matéria de Proteção e Promoção dos Direitos das Crianças»
Os momentos de crise económica aumentam a desproteção de crianças ou é um problema mais estrutural do que isso?
Quanto mais intensa for a carência económica maior será sempre o nível de risco, perigo e vitimação! Ensina-nos a experiência de décadas.

Em termos pessoais, como gere emocionalmente o confronto diário com situações difíceis? 
Procurando para cada criança e sua circunstância a melhor modalidade técnica de intervenção, visando sempre prioritariamente o seu regresso à família, sem esquecer que os tribunais conhecem mais opções à família biológica quando, como tantas vezes sucede, esta se revela incapaz do exercício da parentalidade.
T. Sérgio Gomes da Costa
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