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· Hotel · · T. Joana Rebelo · F. Manuel Teixeira

Lavandeira Douro Nature & Wellness

Um Éden na terra de Eça  

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É tempo de preparar o fim de semana prolongado e aproveitar o início da estação. Cuide da alegria dos sentidos no Lavandeira Douro Nature & Wellness, entre o alto do Marão e as margens do Douro, na terra dos encantos de Eça, em Baião. Alinhe corpo, mente e alma num refúgio imbuído em natureza autóctone, receitas ancestrais e acomodações intemporais. 
«Os sentimentos mais genuinamente humanos logo se desumanizam na cidade», disse, em tempos, Eça de Queirós, na sua obra A Cidade e as Serras. O que é certo é que há cada vez mais país longe do litoral e das metrópoles, partindo para locais onde a mente é livre de se expressar. A Lavandeira é um desses tesouros.
Tudo começou com a descoberta da Casa da Lavand’eira, enquadrada numa quinta senhorial duriense do século dezoito. As paredes seculares, a morfologia acidentada e a localização privilegiada sobre o Rio Ovil foram motivos suficientes para deslumbrar Carlos Gomes e Alexandra Leite, os proprietários que materializaram o projeto. Após longos processos de ampliação e restruturação, foi no mês de águas mil que o cinco estrelas abriu portas, este ano, seguro de que poderá proporcionar história em cada perímetro. Unindo passado e presente para criar futuro, Lavandeira Douro Nature & Wellness resultou da sinergia entre o arquiteto Fernando Coelho e o designer de interiores Paulo Lobo.

Entre o alto do Marão e as margens do Douro
«O nome Lavandeira surge das próprias lavandeiras?», questionamos Susana Ortega, a diretora cubana do hotel, enquanto deambulamos pelo exterior da quinta, situada na vila de Ancede. Acenando afirmativamente, Susana contextualiza-nos: «Antigamente, as mulheres daqui dirigiam-se aos tanques e ao rio para lavar a roupa e há também um peculiar passarinho, de origem sul-americana, que habita na região e leva o mesmo nome». Por momentos, residiu o silêncio, com a esperança de podermos escutar o chilrear curto e agudo do tal lavandeira. Em vez disso, ouvimos a água da cascata a cair sob uma piscina idílica, junto à receção do Lavandeira Douro Nature & Wellness. É por aí que a visita à propriedade inicia, seguindo rumo até às quatro diferentes tipologias de alojamentos, que ao todo resultam em 22 quartos. 
Pelo caminho, a biodiversidade ocupa o campo de visão, pelo que carvalho português, oliveira e quercus rubra são as espécies dominantes. Chegamos primeiro às Brandas, as construções que se diluem no espetáculo bucólico da natureza, divididas em Brandas Terrace e Balcony. De formato inusitado, servem-se da madeira para revestir a sua fachada e de amplas vidraças para criar paisagens imponentes. Visitamos também as Casas Origo, agrupadas em Casa do RioCasa do Lago e Casa do Beiral. As Casas das Vinhas seguem um registo idêntico, onde poderá optar entre Suíte PanorâmicaSuíte Jardim ou Quarto das Vinhas, que, tal como o nome sugere, se distinguem pela paisagem. Se o intuito é uma experiência mais intimista, apresentamos-lhe a Casa Senhorial, repleta de história e tradição, onde terá ao dispor a Suíte Casa Senhorial e Quarto Casa Senhorial. «Este é o edifício mais antigo», diz-nos a diretora do hotel, continuando, «tanto a estrutura e a decoração interior datam de 1871». No seu interior vêm-se os vestígios do tempo, desde o azulejo português às namoradeiras, que viram passar grandes amores ou, simplesmente, conversas corriqueiras. O indizível só ganha expressão verbal com um adjetivo: sui generis, que é aquilo que define a casa-mãe.

A sugestão de um luxo descontraído
Segue-se a contemplação das vinhas, a empresa a céu aberto que está sujeita a todas as agruras do clima, e a respetiva adega onde se faz a prova de AvessoArinto e Chardonnay, as castas que dão origem ao vinho da casa, designado de Lavandeira. Passa-se entre as piscinas, uma delas com 40 anos de existência. Visita-se o museu de motas e carros clássicos. Conhece-se o espaço Wellness & Spa, ideal para banhos na piscina interior de hidromassagens, sauna, banho turco e massagens revigorantes. Deslumbra-se a horta biológica da quinta, que serve de apoio ao restaurante que não tarda a conhecermos. Avistam-se os caprinos e bovinos que pastam livremente nas terras da propriedade e, pelo meio, ficamos a saber que da quinta fazem parte as rotas das estradas romanas. 
Depois de todo este percurso intensivo, resta-nos sentar à mesa do chef Paulo Magalhães, o jovem que gere a cozinha do restaurante Elmo. A entrada para o restaurante faz-se pela receção do hotel, mas o bar apresenta-se pelo caminho, com um design elegante e acolhedor. Em vez de uma típica mesa de bar encontramos um tronco de árvore vultuoso, que impacta em todas as vezes que é encarado. «Bem-vindos ao paraíso», ouve-se do outro lado do balcão. Quem o diz é Vítor Nunes, o chefe de sala do restaurante, que nos agracia com três tipos de cocktailsParaíso 1871 é o mais aprazível, um retrato de um dia inverno, que parece conter flocos de neve no seu interior. 

Da terra à mesa, é servida a comida portuguesa
Chef Paulo Magalhães
Enquanto se dá o último gole, reparam-se nos pormenores que rodeiam: secos subtis, livros de Eça em estantes iluminadas e artefactos descobertos nas escavações da Casa Senhorial. Todos eles estão interligados, já que o bar é um espaço amplo, partilhado com o restaurante Elmo e a garrafeira, esta que está maioritariamente preenchida pelos vinhos Lavandeira. Quando se repara, a cozinha é aberta aos olhares, e os pratos começam a ser servidos pelo chef. Nesta viagem gustativa, Vítor Nunes continua por perto, molhando-nos o palato de vinho verde da casa. Da terra à mesa, é servida a comida tradicional portuguesa, que ganha outra roupagem com o estilo inovador de Paulo Magalhães. Nas entradas, Waffle de Patanisca de Bacalhau e mini Cozidos à Portuguesa fizeram as honras (entre outros). Sucederam-se os pratos principais, ao todo cinco, desde os Filetes de Peixe, com arroz de tomate malandro, ao Anho à Elmo, com batatas, legumes e arroz no forno. Não tarda a chegarem as sobremesas, compostas por um Bombom Gigante com quatro tipos de chocolate e um Pão de Ló de Ovar. Ir além do óbvio, cruzar ingredientes e provocar emoções foi o que se sucedeu no espaço de hora e meia de provas, pelo que unir mãos e coração parece ser o segredo. 
Na hora de partir, ficam-nos os serviços de qualidade e os rostos de uma equipa coesa e talentosa. Para os que estão desse lado, fica a sugestão de um luxo descontraído, que se encontra debaixo de um céu estrelado e por entre uma cerejeira de fruto maduro. 
Joana Rebelo
T. Joana Rebelo
F. Manuel Teixeira
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