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Margarida Almeida

«A nossa grande missão é fazer sempre mais e melhor»

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Quando as portas se começaram a fechar e a angústia tomava conta de muitas famílias, a solução, para salvar projetos condenados, estava em si e na sua força empreendedora. Formada em Direito, Margarida Almeida encontrou na crise económica uma oportunidade para conceber uma empresa de gestão hoteleira. Com uma estrutura simples, apresentou soluções e criou um nicho de mercado capaz de dar resposta às unidades hoteleiras mais exigentes. No caminho deste segmento levantou empresas em situação de insolvência e angariou novos clientes. Ao longo dos anos, criou um portefólio onde se encontram muitos hotéis de luxo e casas que contam histórias.  

Teve em mãos empresas falidas, como lidou com o processo?
Era administradora de uma empresa que desenvolvia empreendimentos turísticos, quando a crise que ocorreu entre 2009 e 2011 nos bateu à porta. Tendo background de jurista, percebi que não havia hipótese, se não a insolvência, por muito boa vontade que os parceiros financeiros tivessem. Mas os clientes desses empreendimentos não sentiram esse peso. Fizemos tudo de uma forma muito organizada e preparámos os trabalhadores para o que ia acontecer. Todo o processo não foi fácil, foram conversas e momentos tensos, tivemos de explicar às pessoas que iam ficar sem emprego. Eu estava na mesma situação, mas seria a última a sair. 

«Na vida nada se faz sem sorte»

E criou uma nova empresa: a Amazing Evolution.
No final de 2012, para minha grande surpresa, uma das instituições financeiras internacional que apoiava um dos projetos, que não deixámos cair, pediu-me para enviar uma proposta porque gostaram da abordagem que tivemos no processo. Percebi que não tinha empresa para fazer a proposta. Foi uma correria e, na constituição, surgiu o nome Amazing Evolution. Lembro-me de ter pensado que seria demasiado ostensivo, mas uma amiga que trabalha com marcas gostou do nome e fiquei convencida. Pedi-lhe para criar um logótipo com um trevo, porque na vida nada se faz sem sorte. 

Como é que os investidores tiveram conhecimento da sua empresa?
Nos bancos, muitos clientes private começaram a querer desenvolver projetos hoteleiros, com a consciência de que não entendiam nada de gestão hoteleira. E nós começámos com um family office português, depois veio o segundo e o terceiro, hoje temos dezasseis hotéis em operação, mais cinco em projeto e mais de 50% dos nossos ativos são de investidores privados.  

Em concreto, o que faz a Amanzing?
Somos uma entidade de gestão hoteleira, mas não fazemos só a gestão do projeto. Temos uma equipa, com valências várias, que nos permite acompanhar tudo, desde a ideia à abertura ao público. Supervisionamos o trabalho de construção, não sendo construtores, mas para perceber se está tudo dentro dos custos e para que seja harmonioso para o cliente final. Acompanhamos também o licenciamento porque os projetos turísticos têm regulamentação própria e nós temos experiência no setor. Em termos operacionais, fazemos a contratação de quem vai trabalhar na operação, assumimos a figura do diretor geral e gerimos por conta do proprietário.

Alguma vez pensou em ter os seus próprios hotéis?
Não. Nós não queremos ter hotéis, apesar de ser aliciente. O projeto que gerimos sentimos como nosso. Posso dizer que são todos meus, no sentido de responsabilidade, dando o melhor serviço ao cliente, traduzindo-se em maior rentabilidade para o proprietário. A nossa grande missão é fazer sempre mais e melhor, para que sejamos uma referência no mercado. Os hotéis existem para servir clientes e são os clientes que estão no centro da nossa atenção.

E onde vai buscar as equipas para gerir esses hotéis?
É muito difícil, as escolas da especialidade libertam poucas pessoas e acho que falta passar a mensagem para os alunos de que a hotelaria existe porque existem clientes que pagam para ficar em hotéis. Por isso, temos de os tratar bem para que eles recordem uma boa experiência e, assim, voltem, passando a ser clientes regulares da unidade hoteleira, e isso as escolas ainda não ensinam. 

«Temos dezasseis hotéis em operação, mais cinco em projeto e mais de 50% dos nossos ativos são de investidores privados»

Então a Margarida também faz formação?
Sim. A Amazing tem um elemento dentro da sua estrutura que faz o coaching aos futuros colaboradores. E a última entrevista é feita comigo. Quem opta pelo setor do turismo tem de gostar de servir o outro, seja na contabilidade ou no front office, tem de estar disponível para servir o outro e, quando está a trabalhar, o outro está à frente dos seus interesses e da sua pessoa, isto é o trabalho de hotelaria.

A crise para si foi uma oportunidade?
Hoje consigo ver isso. Na época não percebi o que estava a acontecer e estava focada em resolver problemas, não pensava que tinha uma oportunidade em mãos. Era muito feliz no sítio onde estava, trabalharia o resto da minha vida lá com a função com que estava, mas, passados sete anos, olho e vejo que foi uma oportunidade que aproveitei, de forma genuína e sem ser intencional. 

Recentemente começou a gerir Alojamento Local. Foi mais uma oportunidade?
Sim e, mais uma vez, quase por acaso. Temos um cliente, um investidor privado, que comprou uma casa e perguntou-me se também fazia a gestão no segmento do Alojamento Local e pensei logo que era interessante. Desenvolvemos uma submarca e criámos a Amazing Homes and Villas e é como se fosse um hotel. Fazemos o check in em casa, servimos o pequeno almoço, fazemos a limpeza diária e, se o cliente quiser ter um jantar em casa, nós também fazemos. Mas há uma particularidade, as casas têm de ter uma história para contar. 

Como se sente neste trabalho?
Muito feliz. Sinto-me muito afortunada no sentido de conseguir ter uma equipa – com colaboradores que já vinham da outra empresa (comigo há mais de 15 anos) e outros que entraram com a nova empresa – que me faz sentir que estou no caminho certo. Somos cerca de trinta pessoas e sinto que esta é a minha casa, estou rodeada por uma amazing family

Cristina Freire
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