Augusto Vasconcelos
Abílio Pereira
António Raab
Diretor-Geral da Hilti Portugal
Sabemos que faz esta pergunta nas entrevistas de emprego, por isso não vai
levar a mal que a façamos também: se perguntar à sua família ou amigos quais os
seus pontos fortes e quais teria de melhorar, o que responderiam eles?
Diriam que os meus pontos mais
fortes são a proximidade das pessoas, confiando nas mesmas, mesmo tendo levado
algumas invertidas pelo excesso de confiança. Diriam que escuto as pessoas.
Diriam que quase nunca digo ‘não’, mesmo, às vezes, prejudicando-me um pouco.
Diriam que sou um bom pai, mesmo não estando tão presente quanto deveria.
Diriam, finalmente, que sou uma pessoa transparente e que normalmente mostro as
minhas forças e fraquezas. E agora, vamos à parte mais difícil: acho que diriam
que deveria melhorar a minha paciência no trânsito, pois tenho um pavio muito
curto, que às vezes explode quando fazem coisas erradas. Diriam que sou caótico
na organização. Diriam que tenho de estabelecer um maior balanço entre o
trabalho e a minha vida particular, pois, por vezes, tenho excesso de trabalho
e escassez de lazer.
Trabalha há mais de três décadas na mesma empresa. O que diz isso de si e da
empresa?
Foram 36 anos em diversas
posições e também em diversos países. Nestes anos trabalhei em mais de 36
empresas distintas, porque a única constante na Hilti são as mudanças.
«Quem faz a diferença dentro da empresa são as pessoas. É impossível existir um bom ambiente onde as pessoas não são ouvidas e respeitadas»
O setor da construção tem passado por fases bastante diferentes na última
década. Que estratégia definiu para as enfrentar?
Entre 2009 e 2013 tivemos uma das
piores crises na construção civil ibérica. Tivemos de nos adaptar aos novos
desafios e posso dizer que conseguimos, pois temos uma estratégia corporativa
bastante clara. Esta estratégia chama-se Champion
2020 e o objetivo é a criação de valor sustentável através da liderança e
da diferenciação. Foi assim que conseguimos ultrapassar estes difíceis anos e
voltar ao crescimento de dois dígitos desde 2015, lançando por ano mais de 60
novos produtos.
Há procedimentos concretos para uma empresa ser considerada a «Mais feliz de
Portugal» ou isso acontece naturalmente?
Nos últimos quatro anos sempre
ficamos entre as TOP 3. Isto acontece muito pela nossa estratégia baseada,
fortemente, na convicção de desenvolver uma cultura corporativa orientada para
a performance e para o cuidado com as
pessoas. Digo sempre e repito: quem faz a diferença dentro da empresa são as
pessoas. É impossível existir um bom ambiente onde as pessoas não são ouvidas e
respeitadas.