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Manuel Monteiro

Professor na Universidade Lusíada

Aos 56 anos, Manuel Monteiro ainda é uma figura incontornável na história da política portuguesa. Apesar de estar exclusivamente dedicado ao ensino, o ex-presidente do CDS-PP, que também foi eurodeputado e presidente da Nova Democracia, deixou marcas e admite não pôr de lado o regresso à política. Mas disso não quis falar. Nesta pequena entrevista o homem que frisa não ser sequer «candidato a candidato» comenta a descrença dos portugueses nos partidos e nas suas personalidades, fala da Europa, atribui características aos líderes do governo e da oposição e explica o quão gratificante é ser professor há 18 anos.

Manuel Monteiro
À luz da descrença política atual, no seu entender, qual deve ser o perfil do político que a sociedade portuguesa hoje precisa?
Francamente não sei se a solução para combater a descrença passa apenas por definir perfis. Reconhecendo que a personalidade dos líderes é sempre relevante para cativar e mobilizar os eleitores, penso que o mais importante continua a ser a definição de um projeto e a sua apresentação em nome de ideais, ou seja, em nome de uma ideia de cidade. Se não existir um projeto e nos basearmos apenas na imagem daqueles que se propõem liderar, tudo será volátil e imensamente plástico. E, nesse caso, a política transforma-se em mero exercício casuístico, sem substância e sem coerência. Significa isto que a determinação, a firmeza, a coerência e a honestidade, qualidades que devem acompanhar as lideranças, não podem prescindir de uma visão sobre o futuro das Nações, neste caso da Nação portuguesa.

Essa imagem corresponde à sua pessoa?
Como é óbvio, não sou a pessoa indicada para falar de mim próprio, mas de qualquer modo importará sempre dizer que não sou sequer candidato a candidato para liderar o que quer que seja.

Uma Europa mais forte significa um Portugal também mais forte?
Sim! Sem Nações fortes, a Europa fica fraca. Será uma ilusão pensar o contrário. Mantenho este pensamento desde sempre e, embora com surpresa nalguns casos, não deixo de registar com agrado que há cada vez mais vozes a juntarem-se a esse pensamento. Ao longo dos últimos anos assistimos a um esvaziamento imenso da ideia de Portugal e de tal modo isso assim foi que hoje nos resta a paisagem e a coragem dos pequenos e dos médios empresários.
«O maior fascínio que ser professor me provoca é o facto de nenhum ano letivo ser igual ao ano letivo anterior»
Tem-se dedicado ao ensino. Que gratificação lhe traz essa área?
É uma atividade de uma riqueza extraordinária sob o ponto de vista intelectual e sob o ponto de vista das relações humanas. Ano após ano recebo testemunhos ímpares dos estudantes, que me fazem superar os momentos menos fáceis provocados pela constante e imensa exigência deste tipo de trabalho. Sou professor da Universidade Lusíada há dezoito anos, nos Cursos de Relações Internacionais e de Direito, e o maior fascínio que ser professor me provoca é o facto de nenhum ano letivo ser igual ao ano letivo anterior.

Que palavra usaria para descrever cada um dos líderes dos principais partidos de Portugal?
António Costa: Hábil;  Rui Rio: Pragmático; Assunção Cristas: a Revelação; Jerónimo Sousa: Genuíno e Catarina Martins: Fiel aos amigos. 

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