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Maria do Céu Quintas

As vésperas da Primavera resgataram-nos para tempos de incerteza. Assistimos ao paradoxo do tempo que corre: floresce a natureza e definham os hábitos que sempre nos tornaram seres sociais na presença, activos nos nossos sonhos, e tenazes na sua concretização.
Numa fracção de tempo, o Mundo conhece a sua ‘Pompeia’ e nós, humanos, viveiros de sentimentos, percursores de afectos e construtores de vidas, somos relegados para uma natureza sem movimento, em que a cólera, argumento maior do desespero, irrompe de vez em vez.
O «fique em casa» golpeou a cordialidade do cumprimento social.
Do fermento do dia-a-dia, com que construímos os amanhãs de futuro, inibimo-nos, qual blasfémia, de exteriorizar que o futuro não se extinguiu!
Vai-se a fé e a esperança, ficando apenas os dedos para contar as tragédias dos dias.
É esta a estória que sobressai das leituras do Mundo.
Mas não a História que pretendemos que fique e almejamos contar para memória futura, em jeito de herança partilhada, para mais tarde alguém nos recordar, como resistimos, derrotados, mas não vencidos, porque, afinal, houve quem tombasse.
Preparamo-nos, outrossim, para a nova normalidade.
Estamos em Maio, mês em que se evoca a ‘Mãe’, consequentemente a vida.
Lembro-me, a esse propósito, da genialidade de Eugénio de Andrade, no seu Poema à Mãe, que evoco parcelarmente com a injustiça que isso possa ter: «as minhas pernas cresceram, (…), todo o meu corpo cresceu, e até o meu coração ficou enorme, mãe» (…); saí da moldura, dei às aves os meus olhos a beber»!
Os tempos que nos tornam confinados serão importantes para repensarmos o andar do Mundo, mas creio que a mais notável mensagem, não obstante a escuridão que se abateu em dias claros, é pensar e agir, sem tibiezas, na vontade em dar a cada dia, um futuro. Já!

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